segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sobre o fracasso

O pior de fracassar é ter que lidar com o erro se esfregando na sua cara o tempo todo que você estiver acordada e quando você estiver dormindo você sonhará com ele também, o pior ainda é quando você descobre que é humana e se depara com as conquistas dos outros no meio de seu fracasso, vira uma mistura de felicidade por você gostar da pessoa porque obviamente se você a detesta isso não fará a menor diferença, talvez você teria preferido que ela nem tivesse sucesso na vida, mas isso não vem ao caso. O fato é que é difícil pra caramba quando você fracassou e vê pessoas conquistando justamente aquilo que você não conquistou.

Você também começa a se questionar quanto de capacidade você realmente possui e se não teria feito melhor se tivesse se concentrado mais, mas talvez o que ocorreu foi simplesmente a vida misturada com suas más escolhas, não da vida mas as suas.
O fracasso é difícil, dói a alma e lhe faz chorar todos os dias (pergunte pra mim), mas, como me disse um sábio alguém o mundo não pára de girar quando você fracassa, não pára de girar para você se recompor ou se reerguer, ele continua girando com pessoas cometendo o mesmo erro que você ou até piores e pessoas que seguem em frente e conquistam coisas mais incríveis. O segredo vem do que você faz enquanto o mundo continua girando e francamente só há duas opções: ou você afunda junto com seu fracasso e se considera o pior dos seres humanos ou você se levanta e entende que pra você se livrar da merda que você próprio se meteu levará um tempo, no meu caso mais seis meses, e não caberá mais a ninguém além de você escolher o que fará enquanto o mundo continua a girar sem se importar que você se machucou durante a queda.
Não há nenhuma forma bonita de dizer isso, ou você se levanta e se sacode pra levantar a sujeira do mundo ou você tatua fracassado na testa.

E sinceramente esta não é uma tatuagem que ficaria bem em mim ou em ninguém que gosta de sonhar alto, talvez planejar não seja algo tão legal assim, mas sonhar é necessário, navegar é preciso e viver os erros também.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011


An Education (Educação)
Eu recomendo o filme, recomendo para as mulheres principalmente, a estória é simples, porque já aconteceu milhões, digo zilhões de vezes, no mundo todo, TODO MESMO, a graça deste é porque fizeram um filme, tem uma cara indie, a menina é cool, na verdade é tudo cool, porque o filme se passa em Londres, porque o cenário é legal, porque enquanto rola os créditos no final você escuta uma bela música da Duffy, mas tanto a bela música do filme quanto o próprio filme dividem uma verdade em comum. A protagonista do filme é seduzida e se apaixona pelo homem bonito de olhos azuis, um tanto quanto sexy (eu diria, sempre tive uma quedinha pelo Sarsgaard), ele a apresenta à vida, à Paris, à uma boa música e aos bons drinks, a moça ainda está no último ano do segundo grau, e tem potencial para entrar em uma grande faculdade, MAS, ela se apaixona pelo moço sedutor de olho azul, fica noiva e adivinhem?
ELE É CASADO! Não só casado, ele é um sedutor patologico de menininhas, pelo menos, desta vez, algo de bom acontece, nossa protagonista não engravidou como as outras!
Bom, no final ela dá a volta por cima, da forma mais inglesa possível e entra para sua faculdade e anda de bicicleta com rapazes legais, final feliz!
Na verdade é um bom filme. que mostra uma verdade universal: "Minha querida, em algum ponto você vai cruzar com um filho da puta que vai foder um pouquinho a sua vida, mas, isso não te matará, e fica a dica!"
Assistam, mas, não com pipoca, vai no chocolate mesmo!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Coração partido e as coisas

A irmã mais nova perguntou: - Aonde você ta indo?
- Estou indo comprar uma coisa – Disse enquanto colocava a bolsa no ombro.
- Eu vou também disse a irmã mais nova colocando sua pequenina bolsa no ombro.
- Fica aqui que “maninha” não vai demorar, fica me esperando que eu volto já já.
Depois de um tempo ela regressou com lágrimas nos olhos e um sufoco já familiar em seu coração.
- Porque você ta chorando maninha?
- Por nada, meu amor.
- Você comprou a coisa?
- Não, meu bem, não deu tempo da maninha comprar a coisa. Foi até a porta do seu quarto com lágrimas lhe escorrendo livremente a face.
- Toma aqui maninha uma coisa pra você.
Olhou para as mãos da pequena irmã e viu uma flor. Naquele momento sentiu uma espécie de alívio por saber que até naquele momento que seu coração estava partido era possível encontrar um pouco de delicadeza no momento e que envolveria uma flor e a ingenuidade.

Camila Bastos, em um conto dedicado à sua pequena irmã, Clara.