segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Ela perguntou se ele queria outro cigarro, ele gentilmente recusou. Não se importando muito com a forma como ele havia recusado, resolveu acender outro para ela mesma. Ficou um tempo absorta em sim, pensando no motivo pelo qual o cigarro sempre dava um bom encerramento ao sexo. Pensou se era algo poético ou simplesmente ordinário demais para se colocar até em prosas. Olhou de relance para ele e viu que já tinha aberto seu livro favorito, não entendia o motivo de tanto fascínio pelo “Grande Gatsby” que ele mantinha, afinal de contas, já o havia lido pelo menos umas sete vezes. Tentou se distanciar desse pensamento e se levar para um pouquinho longe. No entanto, o fato de ter que olhar para o teto e não poder ver as estrelas a incomodou bastante ao ponto de sair do seu transe. Levantou-se, ainda nua, apagou o cigarro e vestiu seu robe de seda. Dirigiu-se até a cozinha, serviu-se de uma generosa taça de vinho branco, sentou num banquinho e tentou de novo entregar-se a algum lugar que não fosse àquele. No entanto, o barulho da geladeira incomodava demais para ficar ali e tentar fugir de si mesma e do mundo. Voltou para o quarto, tomou todo o vinho da taça em um só gole, dirigiu-se ao namorado e falou: - “A partir de amanhã, abriremos um buraco no teto, não consigo mais passar uma noite sem as estrelas”.

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